A empresa que pretender explorar a mina Serrinha, Ferrous Resources do Brasil, está promovendo um “ciclo de debates” nas comunidades. O primeiro encontro ocorreu sábado, dia 12 de junho de 2010, em Marinhos, próximo ao local onde se pretende instalar a barragem de rejeitos (na realidade, o que se sabe do empreendimento são especulações já que a empresa se recusa a apresentar o projeto de exploração). Estavam cerca de 100 pessoas da comunidade munidos de informações fidedignas, cartazes, faixas e informativos, todos contra a instalação do empreendimento.
O Sr. Cambão, um dos líderes da região, iniciou a reunião puxando um coral emocionante em que cantavam: “povo unido jamais será vencido”. A empresa tenta ignorar a existência de um conflito e de um movimento social organizado. Chegou à reunião sem informações sobre o empreendimento, pretendendo, ainda, fazer uma dinâmica com os moradores a fim de coletar informações sobre as riquezas locais. A representante da empresa afirmou na reunião que o projeto seria elaborado em conjunto com a comunidade. Nessa oportunidade foi apresentado um documento impresso no DNPM que afirma existir relatório de pesquisa e requerimento de lavra, fase posterior ao projeto. Nessa ocasião, a representante da empresa respondeu: “Então você fica com sua informação e eu fico com a minha”. Após apresentação da empresa, representantes das comunidades que serão atingidas pela mineração passaram dois documentários sobre Colégio, Martins e Conceição do Mato Dentro, que também está passando pelo mesmo problema.
Percebe-se que seres humanos estão sendo tratados de forma leviana ao serem insultados sutilmente por uma empresa que subestima a inteligência da população local ao agendar reuniões na comunidade sem qualquer informação concreta e verdadeira sobre o empreendimento, com o objetivo de ludibriar os moradores e tentar aparentar um bom relacionamento com o povo local. Ao final, os moradores elaboram um requerimento à empresa Ferrous, Ministério Público e órgão ambientais competentes em que demonstraram a indignação com a metodologia da empresa e solicitam que as próximas reuniões sejam para apresentar o projeto e na presença do Ministério Público e representantes do Poder Público.
