Conheça o trabalho do Abrace a Serra da Moeda aqui



O Abrace a Serra da Moeda nasceu em 2008 da intensa mobilização de moradores de Brumadinho e municípios vizinhos, além de ambientalistas, entidades ligadas ao ecoturismo e organizações não governamentais, que se uniram para proteger a água e a vida, especialmente ameaçada pela expansão da mineração, indústria e especulação imobiliária na região.
A luta é pela proteção de diversas nascentes que abastecem inúmeras comunidades do interior de Brumadinho, além de servirem de recarga para o rio Paraopeba. Como modo de chamar atenção para a necessidade e urgência da preservação da região e de seu rico patrimônio natural, histórico, hídrico e cultural, é que realizamos há 12 anos o protesto anual de mesmo nome da ONG, sempre no dia 21 de abril, dia de Tiradentes. O ato, que conta com a ampla participação da população de Brumadinho, é simbólico para o Brasil e, especialmente para Minas Gerais, por relembrar que a resistência contra a exploração desmedida de seus recursos naturais é uma luta histórica e permanente.
Fundado por moradores de Brumadinho, o Abrace a Serra da Moeda inicialmente foi concebido como movimento popular, institucionalizando-se em associação civil sem fins lucrativos em 2011, após reuniões nas diversas comunidades do Município, como modo de ampliar sua atuação na reivindicação e denúncia de violações de direitos nas comunidades atingidas por grandes empreendimentos, especialmente no Distrito de Piedade do Paraopeba.
O plano de ação do Abrace a Serra envolve diversas frentes de atuação: na área técnica, jurídica, de comunicação e mobilização. No eixo técnico e jurídico, a entidade faz a contestação das irregularidades constantes nos processos de licenciamento e fiscalização de grandes empreendimentos, que tem impactos sobre o abastecimento de água da população do Município.
Um desses empreendimentos é a mina Serrinha, em Brumadinho, de titularidade da Ferrous Resources do Brasil - adquirida recentemente pela Vale S/A - mineração que pretende extrair 12 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, durante 15 anos, com pilhas de estéril, barragens de rejeito, rebaixamento do lençol freático e supressão de milhares de hectares de Mata Atlântica. A ONG também vem questionado o licenciamento da Fábrica da Coca Cola-FEMSA, em Itabirito, que instalou poços no aquífero da Serra da Moeda, com possíveis impactos sobre nascentes que abastecem o interior de Brumadinho. Vale ressaltar que a Coca Cola vem enviando 4 caminhões pipa por dia para suprir a demanda de água da comunidade de Campinho, em Brumadinho. Também questiona irregularidades no licenciamento da CSUL (Centralidade Sul), em Nova Lima, empreendimento imobiliário para 200 mil pessoas, com impactos nos recursos hídricos que abastecem o Município.
A ONG Abrace a Serra da Moeda tem atuação em Brumadinho antes do dia 25 de janeiro de 2019 e é parceira de diversos segmentos sociais locais, como associações comunitárias, de defesa do meio ambiente, culturais e de turismo. Tem como objetivo o fortalecimento do protagonismo local e a autonomia das comunidades efetivamente atingidas por grandes empreendimentos.
No plano de ação para a assessoria técnica independente às pessoas atingidas em Brumadinho, embora o Edital estabeleça que sua apresentação da seleção da entidade, pretende-se atuar nos eixos técnico, jurídico, socioeconômico e de comunicação, tendo como objetivo principal a reparação integral dos danos individuais e coletivos, assim como trabalhar para uma mudança gradativa da matriz econômica do Município, em parceira com instituições e técnicos qualificados, tendo como fundamento o fortalecimento e autonomia das comunidades atingidas e atores e segmentos locais.

Unidos podemos reconstruir Brumadinho